Em uma surpreendente reviravolta nos acontecimentos políticos dos Estados Unidos, fontes próximas à Casa Branca confirmaram que Elon Musk, o bilionário fundador da Tesla e SpaceX, deixará seu cargo no governo Trump nas próximas semanas. A notícia, reportada pelo site Politico, indica que a decisão foi tomada em comum acordo entre Musk e o presidente Donald Trump.
A passagem controversa pelo D.O.G.E
Desde sua nomeação como líder do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) em janeiro de 2025, Musk enfrentou críticas severas por suas medidas de corte de gastos e reorganização da máquina pública americana. Embora tenha tentado justificar suas ações como necessárias para “enxugar” a administração federal, eliminando cargos sem grandes funções ou supostamente ocupados por funcionários improdutivos, a realidade é que sua associação com Trump teve um custo elevado.
Segundo as fontes, a saída de Musk coincide com o término de seu período como “funcionário especial do governo”, um status que o isenta temporariamente de regras éticas e de conflito de interesses por até 130 dias. Após esse período, Musk teria que escolher entre abandonar o comando de suas empresas ou deixar o governo.
Onda de vandalismo contra a Tesla
Um dos aspectos mais visíveis do contragolpe enfrentado por Musk tem sido a onda de vandalismo contra veículos Tesla. Coquetéis molotov foram lançados em showrooms da Tesla, mensagens perturbadoras foram pichadas em Cybertrucks e estações de carregamento foram vandalizadas em diversas cidades americanas.
O Departamento de Polícia Metropolitana de Washington está investigando vários casos de vandalismo em Teslas, classificados como “discurso de ódio político”. Veículos foram pichados com suásticas e mensagens contra Musk, levando a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, a classificar esses ataques como “nada menos que terrorismo doméstico”.
Clientes na linha de fogo
Milhões de proprietários de veículos Tesla se encontram no meio deste fogo cruzado político. Muitos compraram seus carros antes de Musk se envolver com a administração Trump e agora têm que lidar com suas consequências.
Kim Harris, proprietária de um Tesla, comentou à imprensa americana: “Compramos nossos carros muito antes desse alvoroço político começar. Adoramos o veículo. Economiza combustível e, honestamente, sinto que estou apoiando os engenheiros.”
Para tentar se distanciar de Musk, alguns proprietários estão colocando adesivos em seus carros com a mensagem: “Comprei este carro antes de Elon enlouquecer”.
O futuro pós-governo para Musk
Embora Trump tenha expressado satisfação com o trabalho de Musk, apontando-o como um “patriota”, a realidade é que o bilionário deixará o governo em um momento de grande pressão de aliados e membros do governo frente à imprevisibilidade de seu comportamento.
Fontes do governo indicam que Musk provavelmente manterá um papel informal como conselheiro e continuará a aparecer ocasionalmente nos arredores da Casa Branca. O mandato do DOGE expira em 4 de julho de 2026, sob uma ordem executiva assinada por Trump em janeiro.
A queda da Dogecoin reflete o declínio da influência de Musk
Assim como suas empresas, a criptomoeda Dogecoin, que tinha Musk como principal divulgador, também sofre os efeitos de sua associação com Trump. A moeda digital, que chegou a valer mais de US$ 0,70 em seu auge em 2021, permanece estagnada a cerca de US$ 0,17, muito abaixo de sua máxima histórica (ATH) há mais de 3 anos.Antes celebrado como o “Dogefather”, Musk já não consegue impulsionar significativamente o valor da criptomoeda com seus tweets, refletindo uma perda de influência no mercado digital que espelha seu declínio no mundo corporativo tradicional.
A história de Elon Musk no governo Trump serve como um alerta sobre os riscos de misturar negócios com política partidária. Embora tenha entrado na administração com a promessa de tornar o governo mais eficiente, Musk sai com suas empresas desvalorizadas e sua reputação manchada entre amplos setores da sociedade americana. O tempo dirá se o empreendedor conseguirá reconstruir sua imagem e recuperar o valor de mercado de suas empresas após este controverso capítulo político.